"Me perdoa,
Eu não peço perdão de graça, mas é o que tem pra hoje,
Olhando pros teus dedos minúsculos,
Enquanto você fala de coisas,
Que tem aprendido a valorizar.
Que tem insistido em gravar dentro do meu crânio,
Pra que os olhos enxerguem quando se revirarem,
Até que o buraco se cubra e eu me esqueça como contar,
Um, dois, três, quatro,
E passe a respirar poeira.
Poeira de estrela,
Me dá a mão,
Não tem nada maior que você aqui,
Importância incomparável, emergência.
Te amo como quem acende uma vela no espaço,
Te amo desde a dificuldade,
De se acender uma vela no espaço,
Na dimensão infinita de um universo sem esquecimentos,
Aqui, cheia de sons,
Canto teu codinome."
Eu sempre defendi e continuo defendendo a importância de estarmos bem sozinhos, mas isso não significa que eu esteja fechado pra vida. Por mais que nós sejamos inteiros sozinhos, a vida ela acaba ganhando uma cor diferente quando a gente compartilha com pessoas que nos somam, a felicidade só é verdadeira quando compartilhada. O que eu quero dizer com isso, é que estar bem sozinho, não me impede de me abrir pra alguém, isso na verdade só me ajuda a escolher melhor. Às vezes o coração, ele se abre pra aprender mais sobre si mesmo pelo olhar do outro, que é na verdade um dos olhares que vai nos reconhecer de verdade, além do nosso. Porque quando eu falo de mim, quando eu olho pra mim, eu quero me ver além do meu reflexo no espelho, eu quero ouvir mais vozes além da minha. Eu acho que o amor não deveria ser só esse eterno esperar por ser escolhido, entende? Esse aguardar pra ser chamado pra dança. O amor começa quando eu também escolho. O real, o amor real, não acontece quando o outro me aponta o dedo e diz: É você! Não, é assim que funciona. Tem coisas que quebram o nosso coração, mas consertam a nossa visão. É engraçado, porque de todas as coisas que nós poderÃamos ter medo, da morte, da solidão, do abandono, do fracasso, da doença, nós escolhemos justamente temer o amor. A única coisa que talvez possa nos salvar.
— .(Escrito dia 18/06/2025, às 20:02).