TEMPO DE SOMBRA
Olho em volta de mim e nada vejo.
Meus olhos est�o vendados e a escurid�o predomina.
Busco um vulto na sombra, mas a falta
do brilho do dia obscurece meu olhar.
Percebo apenas a chuva que cai, fininha e branda,
anunciando que o tempo sombrio
n�o me deixa esquecer o que um dia foi
a principal raz�o do meu sorriso...
Tempo de sombra!
Tempo nublado em mim!
Quisera eu poder me esquecer de tudo e voltar
a um passado em que meu cora��o sorria.
Quisera voltar a ser a mesma figura
descontra�da e feliz de algum tempo atr�s!
N�o mais tenho esse direito!
O tempo � sombrio!
O tempo � nublado!
Examino-me e busco-me de uma forma intensa,
na esperan�a de encontrar um ref�gio,
nem que seja na parca e torpe tarde
de inverno em que meu cora��o se aprofundou.
Por que tudo aconteceu desta forma,
me obrigando a ser o que n�o desejo?
Onde est� aquele sorriso descontra�do e feliz
que j� n�o encontro em parte alguma?
Curvo minha cabe�a e meus olhos na dire��o do nada.
Um infinito onde n�o vislumbro
qualquer sinal de vida e esperan�a.
A chuva continua respingando no telhado
me fazendo relembrar o que fui.
Sei bem o que fui... sei bem o que sou!
Perdido no v�u da sombra em mim,
no inverno sombrio em que meu
cora��o se aprofundou.
Hoje sem tempo de mim!
Hoje sem tempo pra mim!
O tempo � nublado!
O tempo � de sombra!
(MARCO MOTTA)
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Viol�-los � crime estabelecido pelo Artigo 184
do C�digo Penal Brasileiro