
Soneto
Os de vinte anos t�m o olhar duro, atrevido:
Jamais o querem p�r na descomprometida,
Num �xtase infantil, desejam a garrida!
Em amor, tornam seu querer rec�m-nascido.
Com o tempo, depois que o amargor foi sentido,
Fica a sua insol�ncia, enfim, diminu�da,
E um outro olhar, de gra�a outrora n�o sabida,
Revela-lhes um bem mais �ntimo e querido.
Mas o que fazem � de infort�nio mudar:
E quando uma, t�o-s�, conseguem adorar,
� por essa mulher que aprendem a sofrer;
Ent�o, v�em que s�o diversas as radiantes,
Entretanto, passou o tempo das amantes,
E o cora��o de mais ningu�m consegue ser.
Sully Prudhomme
