�Enquanto voc� se esfor�a pra ser um sujeito normal, e fazer tudo igual. Eu do meu lado aprendendo a ser louco, maluco total��
Esse � o in�cio da letra Maluco Beleza, composi��o de Cl�udio Roberto/Raul Seixas.
Quantas pessoas n�s vemos se esfor�ando para serem normais e cedendo a suas verdadeiras vontades? Abdicam das suas convic��es, talentos, desejos, sonhos e pensamentos para se enquadrarem ao padr�o da normalidade.
Julgam a anormalidade como incertezas, riscos, inseguran�a e medo. E por temerem as rea��es dos outros e as conseq��ncias, optam pela mesmice e pelo modelo padr�o pr�-definido das supostas regras e acabam tornando-se normais.
Ontem ministrei uma palestra na Funda��o Santo Andr� na Semana de Administra��o organizada pelos alunos e a universidade.
Al�m do ciclo de palestras eles est�o realizando uma Feira de Neg�cios onde os alunos exp�em suas �empresas e id�ias�. Sensacional!
Por instantes comecei a olhar aqueles jovens cheios de energia e sonhos e comecei a pensar em quantos deles s�o ou ser�o sufocados pelo sistema do mercado de trabalho e os padr�es da normalidade.
A normalidade funciona como uma hipnose. Dir�o a eles, voc�s devem se formar, fazer uma p�s e um interc�mbio. Com isso se tornar�o um trainee ou gerente, e ter�o um crach� diferenciado e uma equipe para comandar.
Tamb�m ter�o o direito de serem doutrinados pelos cursos de lideran�a e motiva��o planejada pelos Recursos Humanos e a honra de participar dos ciclos de avalia��o profissional. Sair�o com frases prontas e um roteiro para n�o perderem seus empregos.
Assim nossos jovens acreditam com muita convic��o que todo normal tem sua p�s e interc�mbio como passaporte para o sucesso e este roteiro a seguir.
Outros se sujeitam a estagiar em empresas que ir�o sugar o seu sangue, seu tempo, ir�o afogar suas iniciativas e talentos e como uns santos inquisidores colocar�o seus sonhos e expectativas pela empresa em uma fogueira e depois os cuspir�o como um pigarro tub�rculo.
Mas n�o importa, pelo menos ganhar�o um crach�, um vale-refei��o e a dignidade de ter trabalhado na empresa. Agora se t�m um nome de peso na carteira de trabalho. Ganharam dignidade e respeito.
Meus Jovens, isto n�o � dignidade, e sim um holocausto.
A normose faz a todos acreditarem que ser�o mesmo os diferenciados, talvez percebam que isso � uma ilus�o quando se defrontarem em v�rias din�micas de grupos e analisarem que todos fazem os mesmos discursos e agem da mesma forma.
Enfim, se quiserem ser normais, ser�o um bando de zumbis enfileirados vagando pelo mundo corporativo, esse ser� o pre�o por abrir m�o de serem voc�s mesmos.
Maur�lio Santos Jr.