Era de tarde e eu senti saudades do seu sorriso. algu�m sorria t�o bonito na rua, e da janela do �nibus eu vi, e era um sorriso que me lembrou o seu. Bem que me disseram que depois de muito tempo sem falar com algu�m, qualquer raiva vira saudade pura. N�o tenho medo de clich�s: amor realmente n�o basta quando duas pessoas vivem momentos diferentes. Quando o amor � de primeira, e no olhar as almas se encontram e se amam, o amor pode ser extremamente bonito, mas tamb�m fr�gil demais. E mais uma vez sendo comum, lhe digo que sentimentos delicados s�o como cristais. E, portanto, digo tamb�m que h� vasos que precisam ser tratados com extrema delicadeza. E palavras rudes s�o tombos altos. A decep��o condicionaliza o amor, que, para ser amor, h� de ser incondicional. Ainda que as almas saibam que o amor � de verdade, as pessoas precisam conhecer profundamente o car�ter da outra para n�o precisar ficar segurando o vaso o tempo inteiro. Nos am�vamos, n�o tenho d�vidas. E, por isso - somente e o bastante - n�o tivemos medo de deixar o vaso sobre a mesa. E hoje quando eu olho os cacos, um deles � a janela do �nibus pela qual eu vi um sorriso que me lembrou o seu. E me deu saudades. E mais do que lembrar dos passeios que n�o chegaram a acontecer, as comidinhas gostosas e os desenhos que n�o fizemos, os seus casos de amor que voc� n�o me contou, as alegrias e as tristezas que n�o aumentaram ou diminu�ram ao dividirmos, mais que tudo isso eu olho para os cacos e lembro de tudo que est� em cada um deles. Tudo o que aconteceu e fez de mim uma pessoa melhor. Porque a alma ainda ama. Se eu tivesse cola, eu juro que tentava colar. ainda que n�o fosse nunca ficar igua ..Pra vc Renato